
Juninho Paulista é suspenso e não enfrenta o São Paulo
Expulso no jogo entre Ituano e Santo André, meia pega duas partidas de gancho e fica fora da partida contra o ex-clube
O primeiro tempo
As duas equipes entraram em campo com suas escalações previstas. No Tricolor, Ricardo Gomes manteve o 3-5-2 e apostou na movimentação que havia dado certo na vitória contra o São Caetano, com Dagoberto e Marcelinho Paraíba atuando sem posição fixa e Hernanes chegando pelo meio, com Washington fixo na frente. Do lado santista, Dorival Júnior manteve Robinho no banco e apostou na troca rápida de passes e na boa fase do trio Neymar, Paulo Henrique Ganso e André.
Apesar do forte calor, a partida começou em alta velocidade. Aos dois minutos, Marcelinho avançou pela esquerda e bateu rasteiro. Felipe defendeu. O Santos respondeu aos quatro e, só não abriu o marcador porque Léo, após passe açucarado de Neymar, foi travado por Jean no momento do chute.
Aos 12, foi a vez do São Paulo assustar novamente. Hernanes fez grande jogada pela esquerda, passou por dois marcadores, e tocou na medida para Marcelinho que, de fora da área, chutou fraco, permitindo fácil defesa do goleiro santista. No minuto seguinte, novamente o Santos apertou e Marquinhos, em chute rasteiro, assustou Ceni.
A partir dos 15, a partida mudou de figura. O Santos apertou a marcação em cima de Marcelinho Paraíba, que sumiu do jogo. Com isso, o único atleta a tentar algo de diferente era Dagoberto, que estava muito bem vigiado. Como os alas Jean e Jorge Wagner não apoiavam, o time tornou-se previsível e o Santos cresceu muito de rendimento.
Aos 15, André perdeu um gol inacreditável. Paulo Henrique Ganso avançou pela esquerda e bateu rasteiro para a área. O camisa 16, sozinho na pequena área, fez o mais difícil e bateu à esquerda de Rogério Ceni. No meio, ora Arouca, ora Marquinhos, tinham liberdade para avançar. Neymar, caçado em campo por Renato Silva, pouco produzia.
O tempo passou e o jogo não mudou. O São Paulo tentava ir ao ataque, mas não criava nada de perigo. E o Santos, que sempre chegava com a bola no chão, continuava bem mais perto do gol do primeiro gol da partida. Que veio aos 38min, com toda justiça.
No minuto anterior, Arouca foi lançado nas costas de Miranda que, perdeu a passada e acertou o camisa 9 santista que, curiosamente pertence ao Tricolor. Ele, no entanto, foi cedido por empréstimo na negociação que levou Rodrigo Souto ao Morumbi. Pênalti bem marcado pelo juiz Marcelo Rogério. Na cobrança, o garoto Neymar não tremeu diante do badalado Rogério Ceni. Pior: fez o camisa 1 sentar no chão. Com paradinha e tudo, o camisa 17 só rolou a bola para o gol.
O gol fez mal ao Tricolor, que quase tomou o segundo aos 43, quando Wesley avançou pela direita e bateu no ângulo de Rogério Ceni, que voou e espalmou. O São Paulo, que há muito não levava perigo ao gol de Felipe, assustou aos 46, quando Hernanes cruzou da direita e Washington não alcançou a bola.
Etapa complementar
Os dois times voltaram sem alterações para o segundo tempo. Só que o São Paulo mudou seu esquema tático. Ele trocou o 3-5-2 para o 4-4-2. Com duas linhas de quatro, Jean saiu da ala e foi para o meio-campo com uma única incumbência: não deixar Paulo Henrique Ganso respirar. E a estratégia deu certo.
O São Paulo melhorou sua marcação e cresceu em campo. Dorival Júnior, vendo que seu time diminuiu o ritmo, fez o que todos queriam e, aos 13, Robinho reestreava com a camisa do Peixe, na vaga de André. No Tricolor, Ricardo Gomes respondeu com Cléber Santana no lugar de Washington.
O Tricolor continuou melhor em campo. Aos 16, a equipe quase empatou com Jean, que recebeu passe de Jorge Wagner e, dentro da área, chutou duas vezes. Na primeira, foi travado por Durval. Na segunda, a bola raspou a trave direita de Felipe. Logo depois, Ricardo Gomes foi obrigado a fazer a segunda alteração, já que Dagoberto sentiu contusão. Roger entrou no seu lugar. E, no primeiro lance, o camisa 19 aproveitou belo cruzamento de Marcelinho Paraíba e, de cabeça, deixou tudo igual no marcador.
Dorival Júnior respondeu logo em seguida. Ele sacou Marquinhos e colocou Zé Eduardo para dar novo gás ao time. E Robinho, em seu primeiro ataque perigoso, aos 30, quase marcou. Ele avançou pela direita e, dentro da área, bateu cruzado. Rogério Ceni fez grande defesa e mandou pela linha de fundo. O Tricolor respondeu em cobrança de falta de Marcelinho Paraíba, que Felipe espalmou.
Nos 15 minutos finais, sobrou emoção. O São Paulo tomava a iniciativa e martela e o Peixe, com mais qualidade com a bola nos pés, era muito perigoso nos contra-ataques. Até que, aos 40, Wesley escapou pela direita e cruzou na medida para Robinho que, a pouquíssimos metros de Rogério Ceni, se antecipou e, de letra, fez um golaço. Depois, foi só segurar a posse de bola e comemorar.
O início de partida do São Paulo empolgou. Com apenas seis minutos, a equipe já havia criado três oportunidades. Aos dois, a primeira: Marcelinho Paraíba desceu pela esquerda e cruzou para Washington, que dominou e bateu à direita do gol de Luiz. No lance seguinte, Jean recebeu passe de Hernanes e, já na área, bateu rasteiro, também à direita da meta adversária. Para completar, aos seis, novamente Washington recebeu passe açucarado de Marcelinho Paraíba e mandou por cima do gol.
O São Caetano, que até então só assistia ao jogo, assustou aos sete, em lance de Wanderley, que Rogério Ceni defendeu com o peito. Mas ficou nisso. Até os 20 de bola rolando, os comandados de Ricardo Gomes mantiveram o domínio da partida. A grande novidade no posicionamento da equipe da capital foi a total liberdade dada pelo treinador a Marcelinho Paraíba e Dagoberto, que alternavam os lados do gramado. Pelo meio, Hernanes também se aproximava, facilitando bastante a vida de Washington, que passou a ser municiado constantemente.
Se do meio para frente, as coisas funcionavam bem, defensivamente ficou claro que o time vai levar um tempo para assimilar a saída de André Dias, que, como o próprio técnico havia lembrado antes do confronto, era o único que sabia fazer a sobra. A partir da metade do primeiro, o Azulão passou a ter mais espaço para tocar a bola, chegando à área adversária. Everton Ribeiro, aos 18, entrou livre na área, mas, em vez de chutar, preferiu cruzar, e a zaga tricolor afastou o perigo.
Aos 24, quando o time do ABC já havia equilibrado a partida, o São Paulo abriu o marcador. Pela terceira vez na partida, Washington recebeu passe açucarado na área, desta vez de Dagoberto, após bela jogada pela esquerda. Desta vez, o Coração Valente foi mais feliz na conclusão e, de pé direito, mandou no ângulo de Luiz: 1 a 0. Em desvantagem, o São Caetano foi para frente. Aos 33, Wanderley assustou Rogério Ceni em chute de fora da área.
Ao mesmo tempo em que passou a rondar com perigo a área adversária, o Azulão passou a deixar espaços para o Tricolor jogar da maneira que mais gosta, ou seja, no contra-ataque. E foi assim que saiu o segundo gol, aos 36. Marcelinho Paraíba avançou livre e, na entrada da área, foi travado por Jairo. Na sobra, Dagoberto avançou e tocou na direita para Washington, que recebeu e cruzou na medida para o mesmo Dagoberto fuzilar no ângulo: 2 a 0. Um belo gol.
Satisfeito com o desempenho da equipe, Ricardo Gomes aproveitou para fazer experiências. Ele sacou o zagueiro Renato Silva e colocou o estreante Cléber Santana. Com isso, Richarlyson foi recuado para a zaga. Depois, tirou Marcelinho Paraíbapara a entrada de Léo Lima. As mudanças, no entanto, fizeram o time diminuir seu ritmo.
Sem Marcelinho Paraíba, que ao lado de Dagoberto confundia a marcação adversária, o Tricolor tornou-se previsível, valorizando a posse de bola e esperando o momento certo para atacar. Como o São Caetano também continuava sem levar perigo, o jogo perdeu muito em qualidade.
A primeira jogada de perigo surgiu apenas aos 27 minutos, quando Washington, de cabeça, exigiu bela defesa de Luiz após cruzamento de Jean pelo lado direito. O adversário respondeu em lance de Wanderley no minuto seguinte, mas Rogério Ceni apareceu bem. Aos 32, após cruzamento da esquerda, Xandão foi afastar de cabeça e quase marcou gol contra.
Sem ser ameaçado, o Tricolor diminuiu ainda mais o ritmo, e o São Caetano seguia batalhando pelo primeiro gol. Aos 39, Wanderley chutou pela esquerda, Rogério Ceni falhou, e a bola bateu no travessão. Quatro minutos depois, um replay do lance anterior: Wanderley voltou a arriscar, o goleiro são-paulino defendeu parcialmente, e a bola acertou a trave. Já nos acréscimos, Hernanes, que até então estava em noite apagada, avançou pelo meio-campo e, em belo chute de fora da área, acertou o canto esquerdo de Luiz, colocando números finais no marcador.